Para amenizar o susto ou indagação, resolvi fazer uma coisa que pouco faço. Explicar-me.
Este é um texto que escrevi para o Curso Abril de Jornalismo, no qual acabei não passando.
Nunca imaginei ser jornalista, mas quando vi essa oportunidade achei interessante. E porque não?
Infelizmente não passei, mas felizmente fui motivado a escrever um texto que fala um pouco de mim, em paralelo com a minha escrita.
Meus sonhos, quem me conhece sabe quais são.
Isso aqui se trata de vida e experimentação.
Um abraço.
Thomás
Quem sou eu e por que escolhi o jornalismo como profissão.
por Thomás Benite
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ALMA DE JORNALISTA
Do que é feito um ser humano? Quem sou eu?
O que é preciso para a composição de um texto?
O que faz de alguém um jornalista?
No meu caso, são perguntas com a mesma resposta.
1. Letras.
Nasci com elas.
Antes mesmo de sair do berçário, já estava identificado: Thomás.
Bonito nome? Eu gosto. Simples? Não, nem perto disso.
Desde pequeno eu me acostumei a explicar: “Sim, é Thomás com “h” , “s” no final e acento no “a”. Bem que minha mãe podia ter facilitado, mas, enfim, não se pode escolher tudo na vida. Aliás, eu não teria escolhido diferente. Acho que esse foi o verdadeiro começo do meu interesse pela escrita.
2. Sílabas.
Coloque duas ou mais letras juntas e assim teremos sílabas. Sílabas que às vezes sozinhas formam palavras inteiras, como “ser” e “ter”.
Ter? Ou ser? Aí depende da filosofia que cada um adota para sua vida. Mas em certo ponto da minha, percebi que era mais importante ser do que ter, e, aliás, para que eu consquistasse alguma coisa seria preciso primeiro ser merecedor.
Sou escritor, compositor e vocalista, tenho um blog de poesia e uma banda de rock.
Sou andarilho. Morei em Jundiaí, Campinas, Rio de Janeiro, São Carlos e Sydney. Mas isso é passado, pois hoje, são essas cidades que moram em mim.
Tenho diploma em engenharia, mas pouco importa, pois sou, se é possível dizer, jornalista de alma, sem arrogância ou pressuposição.
Sou filho mais velho e tenho dois irmãos. Sou apaixonado por música e, não me esquecendo, tenho 25 anos.
3. Palavras.
Sem abrigo nem moradia, as sílabas acabam unindo-se contra o peso da solidão... E não acontece o mesmo com a gente? Nós nos tornamos parte de grupos, associações, movimentos. E é aí que elas surgem, as palavras, definindo-nos, moldando-nos. Algumas duradouras, eternas. Outras nem tanto. Irmão, amigo, jogador, competitivo, empregado, preocupado, dedicado, feliz.
E você vai pensar: “E daí? Tanta gente é assim...”
Exatamente. Pois palavras por si só não definem nada, dependem da ação. Durante a faculdade, por exemplo, produzi um CD demo da minha banda, intercalando sempre as gravações com meus estudos. Frequentemente vinham a mim e diziam: “sonhador”.
Ora, e porque não?
Meses depois, através desse CD, conseguimos tocar no concurso “Claro que é Rock”, no Credicard Hall, para 5 mil pessoas.
Sonhador?
Lógico! Atuante.
4. Frases.
Saindo da faculdade, trabalhando, crescendo, senti a necessidade de jogar todas aquelas palavras em algum lugar. E foi aí que as frases caíram como uma luva.
Trabalho como analista de marketing. John Lennon é meu maior ídolo. Uma de minhas paixões é meu toca-discos de vinil, a famosa vitrola. Fernando Pessoa é meu escritor favorito, e o filósofo que mudou minha vida se chama J. Krishnamurti. O meu filme favorito é Sociedade dos Poetas Mortos. Gostaria de conhecer Tóquio. Minha revista favorita é a Superinteressante (sem querer bajular ninguém). Quero ser jornalista, e vou dizer o porquê...
5. Texto.
Fascinado pelas letras, sílabas, palavras e pelas frases, mas muito mais pelo sentido que juntas ou isoladas elas representam, a paixão faz com que eu me sinta um jornalista de alma. Fanático por bons textos, a afinidade pela redação foi no meio do caminho substituindo os cálculos e as regras. Quando escrevo sobre mim ou sobre o céu, leio sobre alguém ou sobre o mar, na verdade, estou me relacionando com o mundo. Gosto de pensar sobre fatos considerados verdades absolutas. Faço indagações, critico. Analiso, questiono.
Percebo assim o quanto gostaria de tornar essa paixão, minha profissão. E que esse jornalista de alma, esse homem que deseja se aprofundar cada vez mais nesta nova ciência, mais humana e inexata, essa pessoa que tem muito a aprender, esse menino chamado Thomás, é, na realidade, alguém com alma de jornalista.