18 setembro 2010

Se Ela Soubesse

Uma menina, apenas uma menina.
E eu, o poeta. No papel em que fui submetido por meu passado.
Uma menina ... leve. De berço leve, de alma leve.
E eu, que o diabo me leve!
Estou entregue, pois desta vida pesada cansei.
Ah se essa menina soubesse ...
O que de fato pensaria?
Eu jogo o Mundo, vivo a vida no tabuleiro.
E a menina se arrepia, contagia, fantasia ...
Só com o leve gemido do vento.
Eu sei tudo ...
Tudo que o ar tem para me dizer.
Escrevo tudo ...
Tudo que ele me faz sentir.
Mas quando estou sozinho, choro quieto em meu lar sem vento.
Ah se ela soubesse que também é possível escrever com o corpo ...
Escrever com a alma.
Ah se soubesse que a invejo até as unhas dos pés ...
O que ela pensaria se soubesse que a imito com a mesma capacidade que uma pedra imita a água?
Somos todos poetas, mas eu invento e finjo. 
Sou o poeta mendigo.
E ela apenas uma menina, é a poeta da vida.