01 junho 2010

Poema Sobre o Nada

E lá vou eu de novo, dando a cara a tapa, mergulhando lá no fundo ...
Cavando ...
Procurando meu tesouro.
E mais uma vez começo pelo começo, sem saber nem mesmo se escrevo ou se converso.
Sem saber do que falar, mas exatamente por isso, falando comigo mesmo.
Conversa calma e amigável.
A mão, a boca.
Papel, eu mesmo.
Eu, o papel.
Escrever é de fato um ato solitário, mas essas palavras que vão ficando pelo caminho são como migalhas de pão esperando serem encontradas, interpretadas ...
Pode ser só esperança, mas o que seríamos nós sem ela?
De qualquer maneira mesmo que eu quisesse não poderia ser diferente.
Durante anos procurei um lugar, e aqui neste lugar me encontrei.
Pode ler de novo e acreditar, não escrevi sobre coisa alguma.
Mas escrevi.
E no fundo acho que é só o que importa.
Então até o próximo poema sobre o nada ...
Se damos muito valor a tudo, deve ser por isso que o nada é nada.
Tudo é muito chato, tudo é muito igual.
Eu quero é mais nada.